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BARRA DE GUARATIBA

    Barra de Guaratiba é um bairro litorâneo da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Apesar de estar localizado na Zona Oeste, este é o Bairro mais meridional do município do Rio de Janeiro.

    Faz limite com os bairros de Guaratiba, Vargem Grande, Recreio dos Bandeirantes e Grumari e está localizado a cerca de 56km da Avenida Rio Branco no Centro da Cidade, é um bairro praiano repleto de Manguezais em seu entorno e caracterizado por montanhas impregnadas de Mata Atlântica virgem e mais de cem restaurantes e bares especializados em Frutos do Mar e é o melhor e mais caro recanto do Rio de janeiro para se comer este tipo de comida.

Seu IDH, no ano 2000, era de 0,744, o 118º colocado entre 126 regiões analisadas na cidade do Rio de Janeiro.

    "Guaratiba" é um termo oriundo da língua tupi que significa "ajuntamento de guarás", através da junção dos termos agwa'rá ("guará") e tyba ("ajuntamento")

    Nos registros pertencentes a matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba, consta que a região da Barra de Guaratiba começou a ser habitada a partir de março de 1579, quando Manoel Velloso Espinha, morador da Vila dos Santos, que lutou ao lado de Estácio da Sá contra os Tamoios, requereu à Coroa portuguesa a doação de uma sesmaria ( medida de terras com que o rei de Portugal agraciava os seus colonos mais fiéis), situada ao norte da ilha chamada Marambaia da Barra (hoje Restinga de Marambaia), ao longo da costa, com duas léguas de comprimento e outras tantas em direção ao sertão, e mais uma ilha de nome Guratiba-Aitinga ou Aratuquacima (hoje Barra de Guaratiba), com todas as águas, entradas e saídas, visto estarem devolutas povoadas, segundo instruções de sua alteza para povoar o Rio de Janeiro.

    O referido cidadão justificou o seu pedido de doação, alegando ter usado um navio de sua propriedade, e a sua custa, com sua gente, mais escravos, com muita despesa, conquistando para a Coroa Portuguesa o rio Tamoio-Franceses e Cabo Frio, além de ter contribuído para a derrota dos Tamoios ao lado de Estácio de Sá.

    A doação foi concebida, sob a exigência de que o donatário povoasse as terras dentro de um prazo máximo de três anos, com seus herdeiros, ascendentes e descendentes, sem tributo algum, a não ser dizimo devido a Deus e pago à igreja.

    Não resta a menor dúvida de que começou a partir dessa época a ocupação das terra de Guaratiba, pelo homem branco, e a formação de seu povo.

    A partir do ano de 1750- cento e setenta e um anos depois, Dom Fradique de Quevedo Rondon na época donatário das terras, doou parte delas á matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba.

    Louvado em anotações feitas pelo guaratibano Almir de Carvalho , consta que há fortes indícios de que foi em Barra de Guaratiba que os invasores franceses desembarcaram em 1710, quando o corsário Duclerc percebeu que não poderia vencer a barreira de fogo da Fortaleza de Santa Cruz, para penetrar na Baía de Guanabara. Há fortes indícios, também de que a restinga de Marambaia foi utilizada como local de concentração do tráfico negreiro do século XVIII.

    A divisão do Patrimônio histórico, diante das evidências, considerou-a semelhante á região da Barra de Guaratiba, depois de ter examinado uma reprodução do local de desembarque,

    A pesquisa teve início quando, estudando a cultura cafeeira na província, tomou conhecimento de que o latifundiário José Joaquim de Souza Breves envolveu-se no comercio do café, para tanto adquirindo a ilha de Marambaia, local utilizado como porto de embarque e desembarque, e, bastante adequado ao acolhimento de embarcações negreira.

    Atualmente a região destaca-se também, além de sua interessante paisagem, pela variedade de bares e restaurantes especializados em frutos-do-mar.

    Ao longo de sua estrada de acesso, ainda nos dias de hoje, encontram-se algumas grandes propriedades remanescentes de um passado rural, já misturadas a novos loteamentos.

    No passado, especialmente entre as décadas de 1960 e 1970, ali se refugiavam alguns cariocas ilustres, que, avessos às badalações de outros lugares praianos de veraneio, preferiam a tranquilidade das grandes chácaras da Barra de então, tais como Burle Marx, em cuja homenagem foi batizada a estrada e ainda cujo sítio fora doado por ele próprio, ainda em vida, ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. As propriedades de Antonio Jorge Menezes na região foram vendidas ainda nos anos 1970, estando, entretanto, preservado o antigo casarão que, outrora, hospedou a cantora Wanderléa - outra fã da paz e do sossego da região - justamente nos tempos da Jovem Guarda.

    Barra de Guaratiba também foi o local escolhido para a locação fixa série infanto-juvenil da Rede Globo "Sítio do Pica-Pau Amarelo" de 1977 a 1986. Um sítio, com casa, curral e jardins de Burle Marx, foi construído especialmente para o programa na Estrada Burle Marx (antiga estrada de Barra de Guaratiba). No local, foram gravadas as cenas externas e também quase todas as internas (sala e cozinha da casa de Dona Benta) do seriado. As outras gravações (biblioteca, quartos, gruta da Cuca, Reino das Águas Claras etc.) eram gravadas nos estúdios da Cinédia.

    Hoje, infelizmente, o local encontra-se abandonado e em estado de quase total destruição. O telhado da casa principal perece. Existem também sinais de vandalismo por toda parte e todo o entorno está envolto de muito mato.

    O sítio doado por Roberto Burle Marx ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional é um ótimo ponto turístico na região. Com uma coleção botânica riquíssima e bem cuidada, o sítio Roberto Burle Marx conta ainda com muitas obras de arte de autoria do seu fundador e de sua coleção pessoal. As visitas precisam ser agendadas.

    O bairro aguarda o início e a conclusão das obras, já há muito anunciadas e debatidas, do Túnel da Grota Funda, que deverá intensificar seu processo de desenvolvimento e urbanização.

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