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GLÓRIA
A Glória é um bairro da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro Situado na área fronteiriça com a Zona Central, o bairro é considerado como o "primeiro" da Zona Sul. Banhado pela Baía da Guanabara, é na Glória que estão alguns dos principais pontos turísticos da cidade, como o Parque do Flamengo (parte), a Marina da Glória, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial e a Imperial Irmandade de N. Sra. da Glória do Outeiro, uma das igrejas mais antigas da cidade, considerada uma joia da arquitetura colonial brasileira. A Glória faz divisa com os bairros do Flamengo, Lapa, Catete e Santa Teresa, e é servido pela estação de metrô da Glória, além de estar na rota de dezenas de linhas de ônibus que seguem para todas as regiões do Rio.
Segundo o escritor francês Jean de Léry, que fez parte da expedição francesa que tentou implantar a França Antártica na Baía de Guanabara no século XVI, existia uma aldeia tupinambá no sopé do atual Outeiro da Glória, em uma das foz do Rio Carioca (mais especificamente, a foz do Rio Catete, que era um braço do Rio Carioca). Tal aldeia se chamava Kariók ou Karióg ("casa de carijó") e teria dado origem ao atual gentílico da cidade do Rio de Janeiro, "carioca".
Na região, ocorreram violentos combates entre portugueses e seus aliados indígenas de um lado, e franceses e tupinambás do outro, durante a expulsão dos franceses da região pelos portugueses no século XVI, pois os franceses e os tupinambás haviam construído uma forte paliçada na área, o Entrincheiramento de Uruçumirim. Em uma dessas batalhas, em 20 de janeiro de 1567, foi mortalmente ferido o líder português Estácio de Sá, que havia fundado a cidade do Rio de Janeiro dois anos antes. O bairro deve seu nome à Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, construída no século XVIII. Em torno da igreja, consolidou-se o povoamento do bairro.
A igreja obteve um status especial a partir do século XIX, com a chegada da corte real portuguesa ao Brasil. O príncipe regente e futuro rei Dom João VI se afeiçoou ao templo, onde costumava assistir às missas. Seus sucessores mantiveram a preferência pela igreja. Dom Pedro I iniciou a tradição de batizar todos os príncipes em seu interior, e nela foram batizados a futura rainha Dona Maria II, o futuro imperador Dom Pedro II e a Princesa Isabel. Até hoje, a Família Imperial Brasileira batiza suas crianças ali. Nela, também foi batizado o escritor brasileiro Lima Barreto.
Até os anos 1930, era considerado o "Saint-Germain-des-Prés carioca", pois, desde fins de 1880, abrigava hotéis que serviam de residência a deputados e senadores em exercício no Rio de Janeiro.
Até a primeira metade do século XX, o bairro devido à sua proximidade com as sedes governamentais nos bairros do Centro e Catete, tendo a maior concentração de embaixadas da cidade. Contudo, após a transferência da capital brasileira para Brasília em 1960, sofreu declínio e, somente após cinco décadas de descaso, vem recebendo investimentos de revitalização da Prefeitura.
Boa parte de seus modelos arquitetônicos e urbanismo inspiraram-se em Paris: basta considerar a Praça Paris, inaugurada em 1929, que é um verdadeiro jardim francês. Em 11 de maio de 1881, foi fundada a Igreja Positivista do Brasil no número 74 da atual Rua Benjamin Constant. Tal organização viria a ter um importante papel na Proclamação da República do Brasil, oito anos depois. Em 1899, o bairro foi um dos principais cenários descritos no clássico livro da literatura brasileira "Dom Casmurro", de Machado de Assis, além de estar presente em outros livros seus como "Esaú e Jacó" e "Memorial de Aires". Em 1900, foi inaugurado o Monumento ao Quarto Centenário do Descobrimento do Brasil pelos Portugueses.
Em 1905, foi construído o relógio do Largo da Glória, que continua sendo uma referência arquitetônica do bairro até hoje. Em 15 de agosto de 1922, foi inaugurado o Hotel Glória. Entre os anos 1930 e 1960, os casarões em estilo eclético e boa parte das vilas operárias do bairro foram derrubados para dar lugar aos prédios que caracterizam o bairro atualmente. Nessa época, o escritor brasileiro Mário de Andrade morou no número 5 da Rua Santo Amaro.
Em 1956, foi inaugurado o restaurante "Casa da Suíça", que continua a ser uma referência cultural do bairro até hoje. Em 1965, foi inaugurado o Parque Brigadeiro Eduardo Gomes. Em 1979, foi inaugurada a Marina da Glória. Em 2004, foi inaugurado o Memorial Getúlio Vargas.
Em maio de 2012, o bairro recebeu uma UOP (Unidade de Ordem Pública), abrangendo a região da Glória, Catete e Flamengo. Desde então, o policiamento nas principais vias encontra-se reforçado e a desordem pública vem sendo combatida ostensivamente. Antigo problema social do bairro, o consumo de crack por moradores de rua foi praticamente eliminado com a ocupação pela Força Nacional de Segurança Pública do Morro Santo Amaro, no bairro vizinho do Catete, de onde provinham, em sua maioria, os consumidores da droga.
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