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GAMBOA
A Gamboa é um bairro da Zona Central da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Localiza-se na Zona Portuária da cidade. É dotado de comércio, de indústrias e de residências de classe média baixa. A palavra "gamboa" significa tanto "marmelo" quanto um remanso no leito dos rios, dando a impressão de um lago. O segundo sentido do termo se assemelha ao aspecto físico do bairro, que se localiza numa zona de águas mais calmas da Baía de Guanabara.
Seu IDH, no ano 2000, era de 0,792, o 97º melhor da cidade do Rio de Janeiro.
Entre o final do século XVIII e boa parte do século XIX, a Gamboa foi um arrabalde aprazível e pitoresco, escolhido pela aristocracia e por endinheirados do Rio de Janeiro como local para suas chácaras e palacetes. Próximo ao mar, reclinado sobre uma suave colina, a Gamboa serviu de residência para, entre outros, o futuro Visconde de Mauá. Era o também bairro favorito dos grandes negocistas ingleses estabelecidos na capital do Império do Brasil. A proximidade com o Centro e com o porto era um fator de comodidade, portanto valorizado. A Gamboa também foi o local escolhido para receber o Cemitério dos Ingleses, uma das mais antigas necrópoles do Brasil. A partir do final do século XIX, a Gamboa foi perdendo seu status, quando a aristocracia passou a ocupar os bairros do Catete, Glória, Flamengo, Botafogo e Laranjeiras, fugindo da proximidade com o porto.
Depois da campanha militar da Guerra de Canudos, em 1897, a Gamboa recebeu os contingentes de soldados que foram lutar na Bahia. Nas encostas do Morro da Providência, nasceu a primeira favela de que se tem notícia. O nome "favela" provinha de um morro da Bahia que, segundo seus novos moradores, era muito semelhante ao Morro da Providência.
Como bairro propriamente dito, a Gamboa nasceu oficialmente por meio de um Decreto Municipal de Criação do então prefeito Marcos Tamoyo, no ano de 1981, tendo sido oriundo do bairro da Saúde, com o intuito de aumentar o desenvolvimento sócio-econômico da Zona Portuária, o que só começou a ocorrer a partir do início do século XXI.
No princípio do século XX, as obras de aterramento e de saneamento do Porto do Rio de Janeiro afastaram a Gamboa do mar. No bairro, foi construído o primeiro túnel urbano do Rio de Janeiro, obra que foi marco na engenharia e na arquitetura da cidade: o Túnel João Ricardo. Da mesma forma, o bairro era cortado pelo Elevado da Perimetral, via expressa que ligava a Avenida Brasil, na Zona Norte, ao Centro do Rio de Janeiro.
Moinho Fluminense, construção industrial histórica do bairro da Gamboa.
Com o tempo, o crescimento desordenado foi mergulhando toda a região (que engloba também o bairro da Saúde e do Santo Cristo) em um longo processo de decadência que durou até o início do século XXI, quando, impulsionada pela iniciativa privada, a prefeitura voltou a investir na região portuária, que ganhou a Cidade do Samba, uma Vila Olímpica, o bem-sucedido Condomínio da Gamboa, na Rua Conselheiro Zacarias ganhou o Aquário Municipal, que foi construido num dos Armazéns Gerais que estavam abandonados. Alguns armazéns foram reformados para abrigar um complexo comercial para a Copa do Mundo de 2014.
A reinvenção da Gamboa deve-se principalmente aos empresários que vêm apostando no local, restaurando seus sobrados históricos, e lá instalando suas empresas. Além disso, a Gamboa vem recebendo a alcunha de "Nova Lapa", com referência ao enorme número de casas de espetáculo e boates que vêm se instalando no bairro, o qual, com a pacificação do Morro da Providência e o aumento dos investimentos governamentais, cresce e evolui a olhos vistos. A Rua Sacadura Cabral, desde o Hospital dos Servidores até a Praça da Harmonia, outrora semimorta, sedia hoje um enorme supermercado e cinco bares, além de uma quantidade grande de empresas prestadoras de serviços que se vieram a juntar ao Moinho Fluminense, maior empresa do bairro e que lá está sediada desde 1887.
Rua Sacadura Cabral, que liga a Praça da Harmonia à Avenida Rio Branco, no coração do Centro, passando pelo Hospital dos Servidores do Estado e pelo Quinto Batalhão da Polícia Militar, eminentemente de uso comercial;
Avenida Venezuela, larga pista com mão contrária à Sacadura Cabral, que margeia alguns dos maiores Galpões do Rio de Janeiro, e que passa por dentro do Complexo Moinho Fluminense, eminentemente de uso industrial. Lá ficava o "Maracanã dos Auditórios", em que a Rádio Tupi fazia grandes shows;
Rua do Livramento, logradouro que começa na Avenida Venezuela e vai até o Santo Cristo, passando pela sede dos Diários Associados;
Rua da Gamboa, rua de pequeno comércio, perpendicular à Sacadura Cabral, que a partir de certo ponto tem diversas residências;
Rua Pedro Ernesto, outro logradouro de grande importância com grande número de Gráficas e Tipografias, além de residências;
Avenida Rodrigues Alves, passa embaixo do Elevado da Perimetral, atravessando toda a Zona Portuária e chegando até a Praça Mauá;
Praça da Harmonia, onde fica o Batalhão da Polícia Militar e o Moinho Fluminense, localiza-se entre a Rua Pedro Ernesto e a estreita Rua do Propósito. No local, antigamente, existia o Mercado da Harmonia, que deu lugar a uma praça urbanizada, com brinquedos, jardins e bancos onde os moradores idosos por vezes se reúnem para partidas de jogo de damas. A praça é margeada por várias construções históricas, e é das maiores de todo o bairro.
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