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MADUREIRA
Madureira é um bairro da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. É um bairro muito popular da cidade, sendo conhecido como "Capital do Subúrbio", "Coração da Zona Norte" e "Berço do Samba". É fundamental para a cultura e economia da cidade. É um bairro de localização central e de encontro de algumas linhas de trens da SuperVia e de Bus Rapid Transit (BRT) que operam na cidade. Interliga vários bairros da Zona Norte, Zona Oeste e da Baixada Fluminense. O destaque também fica por conta do tamanho do bairro, de quase quatrocentos hectares, um terço maior do que a média dos bairros da Zona Norte.
É uma referência comercial e cultural para os bairros vizinhos: Cascadura, Campinho, Cavalcanti, Engenheiro Leal, Oswaldo Cruz, Turiaçu e Vaz Lobo. O bairro tem uma grande diversidade de opções de lazer como shoppings, escolas de samba, clubes, bares, bailes e o Parque de Madureira. O bairro é cortado por uma amplitude de linhas de ônibus e possui uma grande variedade de estabelecimentos comerciais, sendo o segundo maior centro comercial e o quinto maior centro financeiro da cidade, e o maior do subúrbio comercialmente e financeiramente.
O bairro é famoso por sediar duas grandes escolas de samba, Império Serrano e a Portela, além de ter o maior mercado popular do Brasil (o Mercadão de Madureira) e o terceiro maior parque da cidade (Parque Madureira, que possui uma área de 103,5 mil metros quadrados). Possui nove tradicionais paróquias católicas. Possui, ainda, uma rádio exclusiva para toda a região, a emissora Bicuda (FM 98,7), com programação durante as 24 horas do dia. Seu índice de desenvolvimento humano) em 2000 era de 0,831, o 67º melhor da cidade dentre 126 bairros avaliados, sendo considerado regular.
O bairro se destaca: por conta de uma amplitude de linhas de ônibus e ramais de trem que levam a diversos bairros do Rio de Janeiro; por sua enorme variedade de estabelecimentos comerciais; e também por sua população, o bairro é composto por pessoas de diversas etnias, a presença e cultura negra é bem marcante na região, há também muitos imigrantes e descendentes, como portugueses, italianos, japoneses, chineses, bolivianos, sírios e coreanos, por migrantes vindos principalmente da Região Nordeste do Brasil, além de trabalhadores que vêm de outros bairros, que engrossam a força de trabalho e contribuem para uma parte do produto interno bruto da cidade.
No início do século XIX, o Rio de Janeiro, recém-alçado à condição de sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, era fracamente povoado em seu interior, o chamado "sertão carioca". Esta região era composta por grandes propriedades rurais.
Uma dessas fazendas era a do Campinho, situada na Freguesia do Irajá. Era, proprietário da fazenda, o capitão Francisco Ignácio do Canto, e arrendatário um boiadeiro de nome Lourenço Madureira. Com a morte do capitão, iniciou-se uma disputa judicial entre o arrendatário e a viúva do proprietário, Rosa Maria dos Santos, a qual saiu perdedora. Lourenço Madureira deteve a propriedade do imóvel até falecer, em 16 de fevereiro de 1851. Após a morte do boiadeiro, com o loteamento da fazenda, surgiu a semente do que viria a se tornar o bairro de Madureira.
Até essa época, o acesso àquelas paragens era feito a cavalo. Somente em 1858 é que os trilhos da Central do Brasil chegaram à região, com a construção da Estação Cascadura, no que atualmente é o bairro vizinho de Cascadura. Em 1890, foi inaugurada, no bairro, a Estação Madureira, que recebeu essa denominação em homenagem ao boiadeiro e proprietário. A denominação ajudou a consolidar o nome de Madureira ao nascente bairro. Em 1897, foi inaugurada a Estação Dona Clara, que daria origem à localidade Dona Clara, considerada, posteriormente, juntamente com a Serrinha, Oswaldo Cruz e Magno, uma das principais adjacências de Madureira. Finalmente, em 1908, foi inaugurada a Estação Inharajá, rebatizada para Estação Magno em 1928.
No ano de 1914, surgiu o primeiro clube de futebol da região: o Fidalgo Futebol Clube, que, mais tarde, daria origem ao Madureira Esporte Clube. Nesse mesmo ano, foi inaugurado o mercado de Madureira, embrião do atual Mercadão de Madureira.
Em 1916, os bondes a tração animal começaram a ser substituídos por bondes elétricos, processo que somente foi concluído em 1937, com a desativação da Estação Dona Clara. Com esse fato, Dona Clara foi absorvido por Madureira, desaparecendo como referência geográfica, processo semelhante ao que se repetiu posteriormente com Magno.
Na década de 1960, foi construído o Viaduto Negrão de Lima, à época o maior do município. Na década de 1990, embaixo do viaduto, teve início um dos principais movimentos culturais do bairro e da cultura negra da cidade: o Baile Charme de Madureira, considerado atualmente o maior do país.
Em 2012, foi inaugurado o Parque Madureira.
Segundo dados de 2003 da Prefeitura do Rio de Janeiro, Madureira ocupa uma extensão de 378,76 hectares, tendo uma altíssima taxa de urbanização (99,93%). Possui uma população de 49 546 habitantes (embora sua população flutuante seja bem maior que isso) distribuídos em 15 400 domicílios (média de 3,21 habitantes por domicílio).
Madureira sedia a XV Região Administrativa do município. Os bairros integrantes dessa região administrativa são: Bento Ribeiro, Campinho, Cascadura, Cavalcante, Engenheiro Leal, Honório Gurgel, Marechal Hermes, Osvaldo Cruz, Quintino Bocaiúva, Rocha Miranda, Turiaçu, Vaz Lobo. A XV R.A., por sua vez, está subordinada à Subprefeitura da Zona Norte, com sede em Guadalupe.
O comércio do bairro conta com várias lojas, com várias galerias comerciais, com o Madureira Shopping Rio, o Shopping São Luiz (Shopping dos Peixinhos), o Polo 1, o "Tem Tudo", o Portela Shopping e diversas lojas de rua. É um dos maiores polos comerciais da cidade, atraindo pessoas de diferentes bairros da cidade em busca de variados produtos e serviços.
Madureira é um centro comercial que possui vários estabelecimentos, dentre os quais destaca-se um cuja história se confunde com a do próprio bairro: o Mercadão de Madureira, no início uma grande quitanda de hortifrutigranjeiros. As origens do assim chamado "Mercadão" remontam à República Velha, quando, em 1914, foi inaugurado o Mercado de Madureira, ponto de venda de produtos agrícolas. Ele mudou de sede em 1916 e passou por uma ampliação em 1929. No ano de 1959, o presidente Juscelino Kubitschek inaugurou o novo Mercadão de Madureira, no local onde se encontra até hoje (Avenida Ministro Edgard Romero). Como reflexo, o bairro passou a ser um dos maiores arrecadadores de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da cidade. A concorrência que passou a enfrentar por parte da CEASA motivou a diversificação de produtos vendidos por suas 650 lojas. No dia 15 de janeiro de 2000, o Mercadão sofreu um incêndio que danificou boa parte de suas instalações, tendo sido recuperado posteriormente e reinaugurado a 5 de outubro de 2001. É tido hoje como sendo o maior mercado popular do Brasil, não podendo ser confundido com um camelódromo.
O principal shopping do bairro é o Madureira Shopping, um centro integrado de lojas e salas comerciais. Foi inaugurado em abril de 1989. Dentro dele, está localizada a unidade Madureira da Universidade Estácio de Sá. Em julho de 2011, foi atingido por um incêndio em seu terceiro andar. No final do mesmo ano, anunciou altos investimentos, como o cinema 4D, a contratação de um novo superintendente e uma milionária campanha de natal. Estima-se que, em média, cerca de 45 mil clientes o frequentem diariamente.
No quesito serviços, Madureira dispõe dos mais diversos, no bairro e em suas adjacências:
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Unidades de Saúde Públicas: Maternidade Herculano Pinheiro, Unidade de Pronto Atendimento Madureira e Clínica da Família Praça do Patriarca.
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Escolas Públicas: I.E. Carmela Dutra, E.M. Ministro Edgard Romero, E.M. Cardeal Arcoverde, C.E. Manaceia Manuel José de Andrade, C.E. Astolfo Rezende, C.E. Cidade de Lisboa, E.M. Luís Carlos da Fonseca
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Escolas Particulares: Bahiense, Elite, GPI, Lemos de Castro, Martins, Tamandaré, C.E. Santa Mônica, Ponto de Ensino (Pensi), e Wakigawa.
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Cursos preparatórios: Curso Maxx, Ponto de Ensino, Elite, Tamandaré, Martins e Degrau Cultural.
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Campus da Universidade Estácio de Sá.
O bairro de Madureira é conhecido como "Coração da Zona Norte" muito pela disponibilidade do transporte da região, tendo quatro ramais de trem da cidade cortando o bairro e inúmeras linhas de ônibus que ligam o bairro não somente aos bairros da Zona Norte, mas também a Zona Central, Zona Oeste, Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo.
A linha de trem chegou ao bairro em 1858 e, como sua construção é posterior, este se dividiu em três partes. Os trens que por ali passam interligam o Centro da cidade com o bairro de Santa Cruz, na Zona Oeste, e com os municípios da Baixada Fluminense de Paracambi, Belford Roxo e Japeri, todos ainda no chamado Grande Rio. No bairro estão situadas as estações de Madureira (Ramais Deodoro; Santa Cruz; Japeri) e do Mercadão de Madureira (Ramal Belford Roxo), a última anteriormente chamada de Magno.
Madureira também conta com várias linhas de ônibus que atravessam o bairro e o liga as diversas Zonas da cidade do Rio de Janeiro e localidades da Região Metropolitana. No bairro há um Terminal Rodoviário - de onde partem as linhas 700, 701, 708D, 718D, 719D, 761, 762, 763, 764, e 780 -, além de três estações do BRT TransCarioca que interliga o terminal Alvorada na Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim no Galeão, e é ponto final de diversos ônibus municipais como 254, 355, 618, 676A, 702A, 734, 766, 774, 775, 910, 918, 940, entre outros.
Embora rico quando o assunto é samba, o mesmo não se pode dizer das artes cênicas. A exemplo do que ocorreu em outros locais do subúrbio carioca, os teatros de Madureira há alguns anos perderam espaço para os cinemas de rua e estes depois para os atuais shoppings centers, os quais, hoje, são uma das maiores opções de lazer. O Parque Madureira é terceiro maior parque e quarta maior área verde do Rio de Janeiro, se tornou uma opção de lazer, tanto para os moradores do bairro quanto para os de outras regiões, com seus atrativos (pista de Skate, ciclovias, bosques e riacho) e shows frequentes.
Sambista Arlindo Cruz, criado no bairro: foi ele quem criou a letra da música "Meu Lugar", que fala sobre Madureira.
O bairro foi cantado em verso e prosa por diversos compositores e intérpretes conhecidos da MPB, tendo ficado famoso na voz de Clara Nunes, Beth Carvalho, Caetano Veloso, Arlindo Cruz, Cássia Eller, Vanessa da Mata, Zeca Baleiro, Paulinho da Viola, Grupo Revelação, Os Originais do Samba, Raimundos e Zeca Pagodinho. Ficou muito conhecida também como tema da música Meu Lugar, de Arlindo Cruz, e como inspiração para o bairro fictício "Divino" da telenovela Avenida Brasil, da Rede Globo.
Tem, também, o antigo Imperial Basquete Clube, que, hoje, é a Galeria Imperial, localizada no início da estrada do Portela, onde eram realizadas as melhores tardes dançantes de 1964. E também as melhores quadrilhas de festa junina, premiadas por vários anos.
O bairro é conhecido também como "O Berço do Samba", pois, têm sede em Madureira, duas das maiores escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro: o Império Serrano (9 vezes campeão do carnaval) e a Portela (22 vezes campeã do carnaval) ao todo as duas escolas foram 31 vezes campeãs do Grupo Especial do carnaval carioca, sendo assim Madureira tem mais títulos que qualquer outro bairro ou comunidade do Rio de Janeiro. Além disso o bairro é conhecido por abrigar diversos blocos de carnaval o que faz o bairro ser uma referência do carnaval carioca.
A pintora modernista Tarsila do Amaral fez, em 1924, uma obra chamada "Carnaval em Madureira", em referência clara ao bairro e ao carnaval carioca. Não se sabe se ela visitou o bairro, mas ela estava no Rio de Janeiro durante o carnaval de 1924. Na obra, ela desenha a Torre Eiffel, ao lado da qual voa um dirigível (uma referência a Santos Dumont), tudo isso no meio de Madureira. Ela abusa das cores e das formas e pinta o carnaval no bairro com a presença pertinente de pessoas negras.
O Baile Charme de Madureira é o maior desse gênero no Brasil, levando aproximadamente duas mil pessoas nos dias do evento ao Viaduto Negrão de Lima. Foi criado em 1990 por camelôs do bairro que curtiam discotecagem e aproveitavam os finais de semana no baile charme do clube Vera Cruz no bairro da Abolição, mas que queriam criar o seu próprio baile. Inicialmente apoiados por equipamentos emprestados pelo DJ Marlboro, os camelôs de Madureira, vendendo cópias de artigos originais a preços populares, utilizaram a parte inferior do Viaduto Negrão de Lima para eventos de Black Music. Eles cobriam os custos do evento com a venda das bebidas e, assim, os amigos fundaram o Baile Charme na Rua.
Segundo DJ Michell, um dos criadores do baile, o termo "charme" foi cunhado pelo DJ Corello, entre 1979 e 1980, em um baile que acontecia no clube Mackenzie no Méier. No set de música lenta, Corello falava para a plateia: "chegou a hora do charminho, transe seu corpinho bem devagarinho".
Com a alta do movimento Hip-Hop no Rio de Janeiro e a identificação deste público com a Música Negra em geral, os jovens cariocas, especialmente os negros, passaram a frequentar cada vez mais o Baile Charme de Madureira. Atualmente, o hip-hop, o New Jack e o R&B têm presença definitiva no repertório e contam com diferentes gerações de amantes da Música Negra.
Há, no baile, a tradição de premiar os "charmeiros de destaque" com o Prêmio Halley, uma referência a um dos frequentadores mais antigos do espaço.
No ano de 2013, o Viaduto de Madureira foi definitivamente entregue ao Baile Charme. O prefeito Eduardo Paes declarou, no Diário Oficial, o Baile Charme do Viaduto de Madureira como "Bem Cultural de Natureza Imaterial" da cidade do Rio de Janeiro.
Para disseminar a cultura do bairro, Madureira conta com a Rádio Comunitária BICUDA FM 98,7 MHz, que no dia 3 de março de 2013 recebeu a outorga definitiva nº 002/2013-RJ, atestada pelo Ministério das Comunicações / República Federativa do Brasil. Desde abril de 2009 no ar, a Bicuda FM busca promover a educação ambiental, a democratização da comunicação e as expressões culturais da Zona Norte. São esses os objetivos da Rádio Comunitária Bicuda FM 98,7 MHz, o veículo de comunicação da organização não governamental Bicuda Ecológica. Sua transmissão alcança Madureira, Irajá, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Vila Kosmos, Colégio, Rocha Miranda, Guadalupe, Oswaldo Cruz, Campinho, Tomás Coelho e Vaz Lobo, além de transmitir pela internet através do endereço http://www.bicuda.org.br e também em celulares mais modernos.
O bairro possui um grupo de escoteiros do ar: o 55º Grupo Escoteiro do Ar Júlio Verne, que, em 2013, completou 15 anos, e que costuma realizar suas reuniões no Parque Madureira e na igreja de São Luiz Gonzaga.
Há, em Madureira, um dos maiores clubes do subúrbio do Rio de Janeiro, o Madureira Esporte Clube, que tem, como principal esporte, o futebol. Foi fundado em 1914 por comerciantes do bairro com o nome de Fidalgo Futebol Clube. Se uniu em 1971 a outros três clubes do bairro: o Madureira Atlético Clube, o Madureira Tênis Clube e o Imperial Basquete Clube, a fim de ampliar suas atividades esportivas, alterando o nome para o atual. O clube é muito querido no bairro e é considerado o segundo clube de coração de muitas pessoas da região do clube. Tem muita regularidade de desempenho, quase sempre se mantendo na Primeira Divisão do campeonato estadual de futebol.
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