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PARADA DE LUCAS
Parada de Lucas é um bairro da Zona Norte do município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Localizado no subúrbio da cidade é considerado, assim como mais alguns, um dos bairros mais perigosos da cidade. Seu índice de desenvolvimento humano, no ano 2000, era de 0,745, o 117º colocado entre 126 regiões analisadas na cidade do Rio de Janeiro. Faz fronteira com os bairros Vigário Geral, Vista Alegre, Irajá e Cordovil, e também com o município de Duque de Caxias. Abrange a Avenida Brasil, onde há uma curva acentuada em direção à Zona Oeste.
O comércio local é composto essencialmente por bares e mercearias, predominantemente conduzidos por descendentes de migrantes nordestinos.
Em 1931, quando a comunidade começou a se formar, só existia um lugar onde obter água limpa. Era conhecida como Três Bicas e até hoje tem esse nome. Muitas pessoas atravessavam a Avenida Brasil para buscar água lá e trazê-la até suas casas.
O nome do bairro origina-se da fusão entre o prenome de um proprietário de terras da região - Lucas - com a existência de uma estação de trem, lá inaugurada em 1949. Não se sabe exatamente como e quando o imigrante português José Lucas de Almeida, "o Lucas", foi parar naquela região que fazia parte das sesmarias do Irajá. Com a construção da nova ferrovia que ligaria o Centro do antigo estado da Guanabara até a Raiz da Serra, apareceu o nome do bairro atual, quando José Lucas de Almeida pediu para fazerem uma paragem em suas terras para que os pequenos proprietários da região pudessem escoar suas mercadorias. Daí, veio o nome "Parada do Lucas", local onde uma pequena cobertura em madeira servia de apeadeiro. Logo a seguir, veio a estação de trem que existe até os dias de hoje. A casa do Lucas estava situada onde é hoje a Empresa de ônibus Caprichosa, onde existia uma grande plantação de couves portuguesas, segundo relatam os moradores mais antigos do bairro.
Por ser católico, ele construiu uma capela com o nome da santa de sua devoção e aquela localidade do bairro ficou conhecida até hoje pelos mais antigos como o "Morro da Capela”, onde também existia uma escola primária e uma escola de samba, a "Unidos da Capela", campeã do carnaval do Rio de Janeiro em 1950 e 1960. Com a fusão da escola de samba Unidos da Capela (na atual Rua Itapuva) com os Aprendizes de Lucas, nasceu o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Lucas.
Com o desmembramento das terras, surgiu o bairro, povoado por pessoas que vinham da Zona Sul e Centro do Rio, pessoas do interior do Estado do Rio, mais tarde por muitos nordestinos. Mas, na origem, podiam-se encontrar muitos portugueses, afro-brasileiros descendentes quase diretos dos escravos africanos (daí os cultos afros no bairro e o samba), até mesmo muitos judeus e pessoas do Oriente Médio.
A favela ou comunidade de Parada nasceu de um projeto da Igreja Católica chamado Cruzada São Sebastião: algumas casas foram construídas mas, depois, o projeto foi abandonado e o dinheiro desapareceu, e, assim, deu-se origem à ocupação da área que continua ocupada até hoje.
Adolfo Bloch trouxe um tempo muito próspero para o bairro com a implantação da gráfica da Bloch Editores, que já foi a maior gráfica da América Latina. Pessoas ilustres como o presidente Juscelino Kubitschek, o médico Christian Barnard e muitos outros famosos visitaram o bairro por causa da gráfica.
O bairro foi homenageado pelo cantor Ed Motta, logo em seu primeiro disco, quando ainda fazia parte da banda Conexão Japeri, em 1988. A música tem como título o próprio nome do bairro, Parada de Lucas.
No âmbito cultural, o bairro tem como principal destaque o Samba. O Unidos de Lucas é a escola de samba que se torna presente durante o Carnaval do Rio de Janeiro. Atualmente irá disputar a Serie B da Liga Independente das Escolas de Samba do Brasil. A escola de samba costuma atrair milhares de pessoas durante o ano com suas atrações, principalmente durante o Carnaval.
A Paroquia de São Sebastião de Parada de Lucas é um dos grandes destaques do bairro também. Durante o mês de Janeiro, mais precisamente no dia 20, ocorre a tradicional Festa de São Sebastião que atrai milhares de fieis durante o festejo.
Existe ainda no bairro o Espaço Cultural Bumba Meu Boi Brilho De Lucas. Grupo folclórico tradicional que todos os anos, no período de Festa junina, organiza sua festa e sua apresentação de Bumba meu boi.
Atualmente a comunidade do bairro é controlada pela facção Terceiro Comando Puro. Frequentemente há confrontos com a comunidade Cidade Alta (Comando Vermelho) pelo controle dos pontos de venda de drogas. No passado a comunidade de Lucas disputava com a comunidade de Vigário Geral vizinha ao bairro, porém, hoje em dia é ocupada pela mesma facção Terceiro Comando Puro. Dessa maneira as comunidades de Parada de Lucas e Vigário Geral se tornaram uma só, conhecida como Parada Geral. Há ainda uma área de influencia de milicianos, mas a atuação se dá fora dos limites da comunidade.
O bairro é considerado por muitos um dos mais perigosos do Rio, assim como qualquer outro.
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