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SANTA TERESA
Santa Teresa é um bairro da Zona Central do município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Possui uma exclusiva localização, no alto de uma serra entre as zonas Sul e Central da cidade, que promove uma privilegiada vista para essas áreas. Assim como os bairros vizinhos Glória e Catete, é conhecido pelas construções históricas do século XIX, além de elegantes casarões construídos até os anos 1940. Mas o principal diferencial do bairro é que foi o único da cidade que manteve o bonde como meio de transporte até os dias de hoje. Além da Glória e Catete, também faz limite com os bairros de Laranjeiras, Cosme Velho, Botafogo e Humaitá na Zona Sul (sendo que esses dois últimos apenas por montanhas florestais, sem acesso); Alto da Boa Vista, na Zona Norte; e Centro, Lapa, Rio Comprido, Catumbi e Cidade Nova, na Zona Central. Seu índice de desenvolvimento humano, no ano 2000, era de 0,878, o 34º melhor da cidade do Rio de Janeiro.
O bairro de Santa Teresinha surgiu a partir do convento de mesmo nome, no século XVIII. Foi, inicialmente, habitado pela classe alta da época, numa das primeiras expansões da cidade para fora do núcleo inicial de povoamento português, no Centro da cidade. Surgiram, então, vários casarões e mansões inspirados na arquitetura francesa da época, muitos dos quais estão em pé até hoje. O bairro de Santa Teresa recebeu, ao longo de toda sua existência, muitos imigrantes europeus.
Por volta de 1850, a região foi intensivamente ocupada pela população que fugia da epidemia de febre amarela na cidade. Por ficar num local mais elevado, a região era menos atingida pela epidemia do que os bairros que a circundavam.
Em 1872, surgiria o bonde que se tornou o símbolo do bairro, subindo as Ruas Joaquim Murtinho e Almirante Alexandrino. Inicialmente, o bonde era tracionado por muares. Depois, foi dotado de motores e rede elétrica. Conforme as fotos antigas demonstram, suas cores variavam entre o verde, o prata e o azul, mas passou a ser pintado de amarelo após reclamações de moradores que diziam que o bonde "sumia" em meio à vegetação do bairro. O bonde vai do bairro ao Centro da cidade em travessia sobre os Aqueduto da Carioca desde 1896, quando fez sua primeira viagem.
O bairro possui uma das mais antigas associações de moradores do Rio de Janeiro. A Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa foi proposta pela primeira vez em manifestação pública e através de abaixo-assinado, na Praça Odilo Costa Neto, na então famosa Festa Junina de Santa Teresa, em junho de 1978. Seu registro de fundação é de 10 de julho de 1980.
A partir de manifestações organizadas, os moradores conseguiram a preservação do sistema de bondes histórico, através do tombamento e de cobranças constantes do poder público pela liberação de verbas para os bondinhos. Porém, com o trágico acidente ocorrido com o bonde em 27 de agosto de 2011 que matou cinco pessoas, o governo estadual, responsável pela operação do bonde, resolveu paralisar temporariamente a sua circulação até que fossem feitas obras de modernização do sistema.
Com o tempo, Santa Teresa perdeu seu status de bairro nobre assim como os bairros históricos da Zona Sul do Rio de Janeiro, mas tornou-se, ao longo dos anos, um bairro de interesse cultural e turístico devido à facilidade logística e à localização privilegiada do bairro. Desde 2009, começou um projeto de revitalização do bairro. Foram muradas as favelas do bairro para que não crescessem mais. Desde então, essa população passou a pagar regularmente imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, água, energia e gás, o que tem diminuído o número de pessoas de baixa renda e colaborado para uma manutenção do valor do metro quadrado do bairro, que, em 2012, foi apontado como 26º mais caro da cidade, custando em média 5 685 reais. Os bondes foram retirados de circulação em agosto de 2011 após o acidente na Rua Joaquim Murtinho e voltaram a circular com uma frota mais moderna em dezembro de 2015.
T radicionalmente, vivem, em Santa Teresa, muitos intelectuais, acadêmicos, artistas, militares e políticos, atraídos pelas características históricas, culturais e pela qualidade de vida que o bairro proporciona. Há uma grande quantidade de políticos e movimentos populares ou mobilizações coletivas. Há também um grande número de organizações não governamentais instaladas no bairro, que prestam serviços e dão apoio às comunidades localizadas no entorno do bairro.
Também há, no bairro, um polo gastronômico, principalmente ao redor do Largo dos Guimarães, área boêmia do bairro. Santa Teresa vem se firmando como uma das principais atrações turísticas do Rio de Janeiro, o que faz com que muitos a considerem como "O Montmartre carioca", devido ao grande número de artistas que possuem ateliê e residem no local.
O bairro, popularmente chamado pelos cariocas de "Santa", é composto de várias escadarias, ladeiras e vielas tortuosas, que ligam-no aos bairros vizinhos do Centro, Glória, Laranjeiras, Bairro de Fátima, Cosme Velho, Catumbi, Catete e Rio Comprido. Na parte alta, há mirantes e acessos para o Parque Nacional da Tijuca e o Corcovado.
O acesso já foi feito pelo bonde com tração animal e elétrica, por muares alugados, linhas de coletivos (kombis e ônibus). Automóveis, bicicletas, motocicletas, táxis, veículos turísticos, microônibus, pedestres e bonde são as formas de acesso atuais. Há 4 linhas de microônibus que circulam pelo bairro: 006 - Castelo x Silvestre, 007 - Central x Silvestre, 014 - Castelo x Paula Matos, 507 - Largo do Machado x Silvestre. Serviços de transporte alternativo de kombis e mototáxi, nas regiões da Lapa e Glória, são muito utilizados pelos moradores do bairro.
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