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TIJUCA

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    Tijuca é um bairro da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Está entre os bairros mais antigos, tradicionais e populosos da capital fluminense, seu índice de qualidade de vida no ano 2000, era de 0,887, o 18º melhor do município, dentre 126 bairros avaliados, considerado alto. Segundo dados de 2010, possuí 163.805 habitantes, o maior da Zona Norte. No ranking de bairros mais valorizados da cidade, a Tijuca ocupa a 20ª posição.

    No ranking do IPS 2015 a Região Administrativa da Tijuca ocupa a 4ª colocação com os índices de 77.63 para IPS; 86.29 para Necessidades humanas básicas; 67.22 para Fundamentos do bem-estar; e 79.38 para Oportunidades, todos acima da média da Cidade.

    "Tijuca" é um nome com origem na língua tupi e significa "água podre", de ty ("água") e îuk ("podre"). O nome se refere à região da Lagoa da Tijuca, que possui muito mangue e água parada e que está separada do bairro da Tijuca pelo Maciço da Tijuca.

    Logo após a vitória dos portugueses sobre os franceses no episódio da França Antártica, em 1565, a região do atual bairro da Tijuca foi ocupada pelos padres jesuítas, que, nela, instalaram imensas fazendas dedicadas ao cultivo da cana-de-açúcar. Nessa época, foi construída uma capela dedicada a São Francisco Xavier que deu o nome à fazenda dos jesuítas mais próxima do Centro da cidade: a Fazenda de São Francisco Xavier. Em 1759, com a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo  Marquês de Pombal, as suas fazendas foram vendidas a centenas de novos sitiantes.

    A região passou a caracterizar-se pelas suas chácaras e, a partir do Século XX, passou a ser um bairro tipicamente urbano. Ainda assim, possui a terceira maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca, plantada por determinação de dom Pedro II na segunda metade do século XIX pelo major Archer em terras de café desapropriadas, para combater a falta de água que se instalara na então capital do império. Trata-se de uma floresta secundária, uma vez que é fruto de replantio, compreendendo espécies que não são nativas da mata atlântica, a cobertura vegetal original.

    Data de 1859 até 1866 o funcionamento pioneiro da primeira linha de transporte em veículos sobre trilhos no Rio de Janeiro, com tração animal, anterior ao bonde elétrico, ligando o Largo do Rocio (a atual Praça Tiradentes) a um local perto da Usina, cobrindo um trajeto de 7 Km.

    Nos Estados Unidos e na Europa, onde o processo de urbanização das cidades foi pioneiro, o subúrbio, em geral, foi e continua sendo o espaço destinado às elites e classes médias – uma espécie de refúgio contra os aglomerados urbanos insalubres e perigosos da época das indústrias. São lugares bucólicos, ajardinados e de casas confortáveis. Até o início do século XX, essa acepção de subúrbio também se aplicava ao Rio de Janeiro; onde o subúrbio era o local de nobreza – não tão refinada como Botafogo ou o Engenho Velho, que eram bairros da aristocracia –, mas com serviços voltados a essa classe, que também se dirigiam para lá com fins de descanso.

    Foi a partir da reforma urbana do prefeito Pereira Passos, em 1903, que o conceito de subúrbio ganhou contornos mais ideológicos e pejorativos no contexto do Rio de Janeiro. Com a implantação de uma nova ordem urbana no Centro da futura metrópole, associada também à expansão do mercado imobiliário para as classes altas à beira-mar, o proletariado do Centro foi “expulso” para os subúrbios, que passaram a ser vistos como locais estratégicos de escoamento dessa população marginalizada para bem longe do Centro “civilizado”. Como não houve uma política de moralização da classe trabalhadora nesse processo, o que favoreceu a emergência do caráter pejorativo que o termo “subúrbio” emana no cenário carioca.

    Com base no conceito pejorativo de subúrbio como remetente à ideia de locais habitados por classes socioeconômicas menos privilegiadas onde podemos constatar que a Tijuca e sua região, em termos históricos, geográficos e especialmente ideológicos, não poderia ser considerada um subúrbio da cidade, mesmo fazendo parte da Zona Norte, onde se localiza grande parte dos originais subúrbios. Originalmente aristocrática, a Tijuca sempre foi um bairro valorizado do Rio de Janeiro, berço de famílias tradicionais e de uma classe média com bom poder aquisitivo que, mesmo com o êxodo dos anos 80 e 90; que o bairro passou 20 anos “adormecido”, devido ao processo de favelização, que acabou sendo maior que no restante da cidade por questões geográficas; no início da última década o bairro apresentou forte valorização imobiliária devido a melhorias estruturais oriundas do poder público.

    O bairro abriga educandários tradicionais da cidade, como o Colégio Pedro II, que teve instalada a sua primeira unidade de externato na Tijuca em 1858; o Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, fundado em 1880 como a então Escola Normal do Município da Corte, formando educadoras - as "normalistas"; o Colégio Militar do Rio de Janeiro - a Casa de Tomás Coelho, formando gerações de cidadãos e líderes desde 1889; o Colégio Maria Raythe, o Colégio Marista São José, fundado em 1902 pelos irmãos Maristas; o Colégio Batista Shepard, fruto do idealismo de três pessoas: Dr. A. B. Deter, Sr. W. C. Canadá e Dr. John J. Watson Shepard, este que o dirigiu inicialmente, entre outros colégios.

    A Tijuca sediou o America Football Club, principal clube de futebol do bairro fundado em 18 de setembro de 1904. Conquistou sete Campeonatos Estaduais (Em 1913, 1916, 1922, 1928, 1931, 1935 e 1960) além de uma Taça Guanabara em 1974, a primeira edição da Taça Rio em 1982 e a mais importante conquista de sua história, a Taça dos Campeões, também em 1982. Além do America, o bairro possui ainda o Tijuca Tênis Clube, o Country Clube da Tijuca, o Montanha Clube, Clube Monte Sinai, Clube Municipal, a Associação Atlética Tijuca e uma gama de clubes portugueses.

    Há importantes construções históricas como a igreja de São Francisco Xavier, a igreja de São Sebastião dos Capuchinhos, as igrejas de Santo Afonso, Santa Teresinha e a dos Sagrados Corações, o palácio dos Bianca, uma vivenda majestosa construída na década de 1920 pela família espanhola Bianca, recentemente tombada pelo patrimônio histórico e convertida no Centro de Referência da Música Carioca da Prefeitura do Rio, a Casa Granado, um tradicional estabelecimento de comércio farmacêutico fundado em 1870 e que funciona até hoje, entre outros.

    O bairro é atendido por várias linhas de ônibus e pela Linha 1 do metrô através de quatro estações: Afonso PenaSão Francisco XavierSaens Peña e Uruguai, esta última inaugurada em março de 2014, sendo atualmente o terminal-norte da Linha 1 do Metrô do Rio de Janeiro. A Tijuca é o bairro que conta com o maior número de estações de Metrô no Rio de Janeiro . Além disto, desde 2010 diversas ciclofaixas têm sido construídas no bairro. Devido às suas variadas opções de transporte tem se tornado uma opção de estadia para turistas nacionais e estrangeiros.

    A Tijuca tem 3 polos gastronômicos estabelecidos tradicionalmente: Praça VarnhagenRua Uruguai e Rua Mariz e Barros, tendo ainda a Praça Saens Peña com muitos bares, confeitarias e restaurantes.

    Muitos restaurantes tradicionais estão presentes no bairro como a Churrascaria Estrela do Sul e o Fiorino Ristorante.

    A Tijuca é atendida pela 19ª Delegacia de Policia Legal e pelo 6º Batalhão da Policia Militar. Em 2010 foi inaugurada a primeira Unidade de Polícia Pacificadora do bairro, no Morro do Borel. Em seguida vieram as UPP´s do Morro da Formiga e do Morro do Salgueiro.

    Existem muitas lojas aglomeradas na Praça Saens Peña, na Rua Conde de Bonfim e na Rua Haddock Lobo, dentre outras de diversos setores presentes em todo o bairro e algumas galerias de comércio. Também existe o Shopping Tijuca, localizado na Avenida Maracanã, 987, o Off Shopping e galerias. O bairro é atendido por uma extensa rede de Hipermercados: Extra, Guanabara, Mundial, SuperPrix, Hortfrut e outros.

    Tijucano é a denominação dada ao morador da Tijuca. É o bairro do Rio de Janeiro mais identificado pelo seu gentílico. Considera-se a principal característica do tijucano o fato dele ser muito apegado ao bairro e, de certa forma, tradicionalista e conservador. Isto se explica pela razão de que, no imaginário carioca, o tijucano, enquanto elite do Rio de Janeiro no início do século XX, contrapunha a identidade cosmopolita e praiana propagada pela elite que passou a ocupar a Zona Sul nesta mesma época.

    Atualmente, tal designação continua em vigor nos diálogos e sociabilidades cariocas, sendo o tijucano representante e/ou parte de uma comunidade - no caso, o bairro da Tijuca - com cultura, valores e orgulho próprio.

    Ruas

    Praças

  • Praça Saens Peña: Presidentes argentinos Luis e Roque Sáenz Peña, que governaram aquele país entre 1892 e 1895, e 1910 e 1914, respectivamente.

  • Praça Castilho de França, mais conhecida como Praça Afonso Pena: a praça possui uma estação de metrô e se localiza próximo ao Rio Comprido.

  • Praça Xavier de Brito: também conhecida como Praça dos Cavalinhos pela tradicional atração que imprime ao local o encanto bucólico das cidades do interior.

  • Praça Marino Gomes Ferreira - Governador (1968-1969) do Rotary International.

  • Praça Carlos Paolera situada defronte a Igreja de São Francisco Xavier.

  • Praça Varnhagen: Em uma área mais residencial a praça possui vários restaurantes, sendo o polo gastronômico do bairro.

  • Praça Professor Pinheiro Guimarães: localizada na confluência da Rua Conde de Bonfim, com as ruas Livreiro Francisco Alves e Embaixador Ramon Cárcano, na Usina

  • Praça Hans Klussman. Localizada no alto da Rua Sabóia Lima, onde há um riacho que desemboca no Rio Trapicheiros passando nos fundos do Colégio Batista. É mais conhecida por ser a praça com bichinhos de argamassa, moldados em arte naïf por um vizinho atuante, o professor Paulo de Tarso.

  • Praça Gabriel Soares: fica no encontro das ruas Desembargador Isidro, Bom Pastor e José Higino. Além de ser o ponto final da linha 409 (Saens Peña-Horto), é um dos recantos mais bucólicos do bairro da Tijuca.

  • Praça Hilda: localiza-se na confluência das ruas Deputado Soares Filho, Pareto e Santa Sofia. Na verdade, é um largo loteado de edifícios dos anos 1950/60.

  • Praça Luiz La Saigne: homenageia o fundador, no Brasil, da Sociedade Anônima Brasileira Estabelecimentos Mestre et Blatgé, que em 1939 passou a denominar-se Mesbla; praça que margeia a Avenida Maracanã em frente ao Shopping Tijuca.

  • Praça Lamartine Babo: No encontro da Av. Maracanã com Rua Barão de Mesquita, próximo ao acesso ao 1º Batalhão da Policia do Exército.

  • Praça Barão de Corumbá: Rotatória na confluência das ruas Andrade Neves, Visconde de Cabo Frio e Homem de Melo, aonde se localiza a Igreja Batista Itacuruçá

    Na Tijuca, se localizam as escolas de samba Unidos da Tijuca, esta fundada em 31 de dezembro de 1931, com três campeonatos e dois vice-campeonatos em sua trajetória, baseada no morro do Borel, e a Império da Tijuca, fundada em 1940, baseada no morro da Formiga. A Império da Tijuca ainda possui seu grêmio recreativo no bairro; a Unidos da Tijuca devido a má localização da quadra do Borel está sediada no bairro Santo Cristo porém a escola segue representando a Tijuca.

    A Tijuca é o único bairro da Zona Norte a possuir mais de dois teatros, obtendo nível de acesso cultural aproximado ao que oferece a Zona Sul da cidade. Há sete teatros no bairro: Teatro Angel Vianna do Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, Teatro Henriqueta Brieba do Tijuca Tênis Clube, Teatro SESC Tijuca, Teatro Municipal Ziembinski, Teatro Max Nunes do America Football Club (Rio de Janeiro), o Teatro do Club Municipal e o Teatro do Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola.

    Possui salas de exibição da rede Kinoplex no Shopping Tijuca e no Boulevard Rio Shopping.

Espaço Ciência Viva

  A Tijuca possui diversos centros religiosos ligados a nove diferentes crenças, como para o catolicismo, protestantismo, bruxaria, candomblé, espiritismo, islamismo, judaísmo e mormonismo. No bairro também se localiza a única Mesquita do Estado Do Rio de Janeiro, devido à grande presença de árabes no local.

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